Trancoso

9 fev 2019

Trancoso

Trancoso nos anos 70 | A.D.

“Era uma vez, na beira da praia, um povoado de gente da roça…

Aluguel não tinha, comida ganhava. Não via nota de dinheiro. Comer carne

ninguém comia, a não ser caça do mato. E muito peixe. Muita fartura, muita fartura,

até de caranguejo. Em ponto fraco, não faltava nada, a não ser energia e água

encanada. Apanhava água no rio. Fazia adjunte de roçagem e das casinhas – todas lindas,

alisadas com as mãos. Todo mundo ia ajudar no barreiro. Tinha um canto… é, cantavam,

pra roçá, pra barreá… num instante subia a casa. De barro, palha, cipó,

e madeira, a maioria ficava vazia, mas era ocupada nos dias de festa.

Porque aqui, ó, o primeiro interesse do pessoal era fazer uma festa!”

 

Esse trecho acima, parte do livro Nativos e Biribandos da Fernanda Carneiro e a Cristina Agostinho, mostra bem como era Trancoso algumas décadas atrás. Vale a pena a leitura para quem quer conhecer a essência de Trancoso.

Por quê Trancoso?

A primeira vez que estive aqui foi em 2009, a trabalho. Desde então, a paixão por esse lugar só cresceu. Se bem que, naquela época eu não imaginava que poderia um dia morar aqui e me adaptar como se eu tivesse nascido nesse lugar mágico.

A maioria dos turistas que chegam a Trancoso amam as praias, o passeio de final de tarde no Quadrado,  a igrejinha São João Batista – mais fofa, não existe!!!… os ótimos restaurantes com vários tipos de cozinha, a simpatia do baiano e aquele ar de vida descomplicada, com muita gente bonita. No entanto, poucos entendem ou conhecem a história desse lugar, os costumes, os lugares que fizeram os “hippies” lá dos anos 70 se apaixonarem por essa vila.

Mas confesso, o que realmente me mantém aqui é a natureza que muda todos os dias e continua a mesma… o dia a dia no meio de todo mundo, do mundo todo, mas ao mesmo tempo com espaço pra curtir sozinha… os gentis baianos nativos e os que viraram trancosenses de coração, que me lembram todos os dias, mesmo sem palavras, que o que vale são as coisas simples da vida… o tempo para o amor e o céu!!! Sim, porque não existe céu mais estrelado que esse de Trancoso!

Os primeiros a descobrirem Trancoso, em 1586, foram os Jesuítas… e por quase 400 anos, Trancoso viveu praticamente escondida. Já mudou de nome algumas vezes… Aldeia de São João Batista, Villa Nova Trancoso… e de aldeia virou vilarejo, depois município e enfim, distrito de Porto Seguro.

Mas eu vou te ajudar a descobrir as maravilhas da Trancoso de hoje, com seus pontos a melhorar, mas com muito a oferecer, se você souber cuidar.

Te conto o melhor das praias, passeios e esportes de aventura, o melhor dos principais restaurantes e como se sentir um TRANCOSENSE por uma temporada.

 

 

Trancoso nos anos 70 | A.D.

 

Trancoso hoje | Christian Bittencourt